Tiraram-mos de dentro de mim, mas não os consegui ver, senão após 24horas através de uma caixa transparente, ligados e entubados. A primeira imagem que tive dos meus filhos foi aquela que eu mais tentei esquecer. Não sei o que é sentir o cheiro de um recém-nascido ao meu colo, nem imagino a sensação do primeiro toque numa pele macia e imaculada como a de um bebé. A minha imagem do que seria ser mãe ficou completamente deturpada no dia em que eles nasceram. Por isso, hoje e sempre, comemoraremos o dia da Prematuridade. Pelos meus heróis, pelos vossos que passaram pela mesma experiência, pelos que virão cheios de pressa para conhecer o mundo e essencialmente por todos aqueles que trabalham diariamente com estes bebés, que se esforçam e lutam minuto a minuto para transformar aquele ambiente artificial e inóspito, num ambiente natural, caloroso e cheio de amor. Obrigada.
Mostrar mensagens com a etiqueta nascimento. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta nascimento. Mostrar todas as mensagens
Estão quase a completar 3 anos, altura que me deixa sempre muito nostálgica. Continuo a sentir uma enorme tristeza quando me recordo do dia em que fui internada, ainda com 26 semanas, cheia de contracções. Sempre soube que era o mais provável, mas também sempre pensei que comigo iria ser diferente, que conseguiria ter trigémeos de termo. Só que não! Sou mãe de três filhos e sempre muitas vezes sinto que não tive a verdadeira sensação do que é tornar-me mãe, de ter trazido três seres ao mundo. Dispensando as dores, que também as tive na recuperação, sinto um aperto no coração de não ter sentido uma felicidade imensa de ter sido mãe naquele dia, de não ter sido o dia mais feliz da minha vida, de não ter sentido os meus filhos em cima de mim, pele a pele, de não ter olhado para eles e contar-lhes os dedos para confirmar a perfeição... de nunca me ter sentido mãe de um recém nascido. Nesse dia, optei por estar a dormir, para não recordar o momento em que "arrancam" os meus filhos com a pressa de os ligar a um ventilador, para não ouvir as palavras de preocupação da equipa médica ou apenas porque tinha medo do silêncio, da ausência de choros. O dia do nascimento não foi o dia mais feliz da minha vida, mas foi a partir dele que obtive muitos mais dias felizes. O dia em que seguraram a cabeça, o dia em que gatinharam, o dia em que deram os primeiros passos, o dia em que me chamaram mamã e todas as etapas que foram ultrapassando é que me trouxeram a tal felicidade de ser mãe, e por esse motivo festejo com a maior alegria, por tê-los aqui comigo e com saúde!