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No dia dos avós, perdemos uma avó

terça-feira, 26 de julho de 2016

Hoje podia ter sido um dia muito feliz, mas não o foi. O nosso dia dos avós vai ficar na nossa memória, mas por um mau motivo, a perda da minha avó. 
Conheci e convivi com os meus quatro avós. Não cresci diariamente com eles, mas passámos muitas horas juntos, que deixaram marcas na minha infância e na minha memória. Hoje perdi a minha avó, talvez a que mais presenciou a minha infância e o meu crescimento, assim como eu presenciei a evolução da doença no seu corpo, a doença de Alzheimer. 
Cada vez mais os avós têm um papel menos secundários na vida dos nossos filhos e eu só posso agradecer por isso. A ideia formatada de que os avós apenas estragam a educação que os pais dão aos filhos (salvo algumas excepções), está a cair em desuso, até porque muitos deles são quem educa, por falta de disponibilidade e exigências profissionais dos pais. Os avós tornam-se crianças e aproveitam os netos, brincam com outra disponibilidade, sem a pressão de horários e rotinas. Já chegaram a um patamar diferente, em que lhes é permitido quase tudo. Quando mais precisamos, eles estão lá. Ainda hoje, o Dinis ficou novamente doente, e a avó disponibilizou-se de imediato para ficar com o neto.
Um abraço a todos os avós, em especial à minha mãe, que é a melhor avó do mundo e a todos os que partiram, que continuem a olhar por nós! 

 

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O trio vai mudar de escola!

quinta-feira, 7 de julho de 2016

Entraram na creche com 18 meses, a única que frequentaram até à data e aquela que os acolheu com todo o carinho, atenção e dedicação, ao ponto de me deixarem tranquila. Não posso dizer que foi uma adaptação fácil, assim como não posso afirmar que ainda hoje adoram separar-se dos pais, mas sei que brincam, que têm regras e são felizes. É um ambiente pequeno, muito familiar, com poucas crianças e com pessoas fantásticas que ajudaram os meus filhos a crescer, e se cresceram! Ao contrário do que imaginamos e estamos mal habituados, os meus filhos têm um educador, que a meu ver só nos trouxe aspectos positivos. 
Em Setembro completam três anos e uma nova fase se avizinhará, vão mudar de escola. A creche termina e entram no mundo mágico das aprendizagens do jardim de infância. Novas pessoas, novos amigos, além dos que os acompanharão e uma nova adaptação. Acho que me vai custar mais a mim, apesar de ser bastante prática e pouco piegas. As pessoas que cuidam bem dos nossos filhos entram nas nossas vidas e terminam quase como família, por isso custa sempre mudar. No entanto, tenho a certeza que a mudança vai ser positiva e que na nova escola encontraremos uma nova família. 

 
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Disfonia infantil

terça-feira, 5 de julho de 2016

As alterações de voz (rouquidão) nas crianças são cada vez mais frequentes, no entanto continuam a ser pouco valorizadas pelos pais, educadores, professores e até profissionais de saúde. Estima-se que 70% das crianças roucas apresentam nódulos vocais, isto é, que a alteração da voz não é resultado de uma constipação, mas sim por alterações das cordas vocais. Apesar de não haver diferença significativa, ocorre com maior frequência no sexo masculino e entre os 5 e os 10 anos.
A principal causa das alterações vocais são o uso inadequado da voz, assim como o mau uso e abuso. Falar em ambientes ruidosos, como por exemplo com a música ou televisão ligada,  tossir ou pigarrear (arranhar a garganta) constantemente, rir ou chorar excessivamente de forma exagerada, imitar as vozes de personagens violentas, heróis dos desenhos animados, monstros e gritar frequentemente são comportamentos abusivos e inadequados podem levar ao aparecimento de lesões das cordas vocais como nódulos e pólipos. 
Para as próprias crianças, não é fácil, percepção dos sinais de voz alterada, por isso os pais e educadores devem estar atentos às pequenas alterações vocais, como a constante presença de rouquidão ou cansaço a falar ao final do dia, depois da escola ou de uma festa, e principalmente quando já acorda rouco e não melhora, sempre quando não apresenta infecções nas vias aéreas superiores. Muitas das crianças com disfonia, têm uma personalidade forte, com tendência à liderança  e falam excessivamente com voz forte, quase a gritar. 

O que se pode fazer para prevenir?

- os pais devem ser os modelos vocais. Não devem usar constantemente o grito como forma de conversação, nem devem falar com a televisão com um volume elevado. 

- não gritar, não falar demasiado alto nem sussurrar.

- explicar à criança que cada personagem tem a sua voz e que não devemos imitar.

- beber água ao longo do dia.

- evitar bebidas gaseificadas.

- evitar chocolates, mel e frutas ácidas, principalmente à noite. 

O mais importante é os pais conhecerem a voz dos seus filhos de forma a reconhecer pequenas alterações no padrão vocal. Se as mesmas ocorrerem por um período longo de tempo, deverão recorrer a um otorrinolaringologista e/ou um terapeuta da fala.

 


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O Dinis dormiu fora de casa

sábado, 2 de julho de 2016

Os meus filhos são tímidos. Não são daquelas crianças que vão com qualquer pessoa, seja familiar, conhecida ou não, o que também pode ser positivo. No primeiro contacto, escondem-se sempre atrás das saias da mãe ou "passam a bola" uns para os outros, para cumprimentar as pessoas. São completamente apaixonados pela avó, que até ontem foi a única pessoa que os levou para casa para dormir. Ontem, o tio e a prima, vieram visitar-nos e apesar de não estarmos juntos todas as semanas, o trio adora-os. Ao despedir-se em tom de brincadeira, o tio começou a perguntar quem queria ir com eles, ao qual o Dinis respondeu de imediato que ía. Pensávamos que desistisse, que começasse a chorar pela mãe, mas não, entrou no carro e convicto dizia que queria ir com o tio e a prima. De facto, dos três era o que eu imaginava que fosse, uma vez que é o mais carente, o que procura mais atenção e aprecia mais os momentos sem os irmãos. Além disso, é o único que dorme a noite toda, pelo que seria pouco provável que acordasse a chamar pela mãe.
Ao longo da noite, o meu irmão foi enviando-me vídeos, onde se pôde ver um comportamento ligeiramente diferente do que costuma ser em casa, muito mais independente. Portou-se lindamente, não acordou e de manhã quando fomos buscá-lo estava felicíssimo. Quem não ficou tão contente, foi Diego, que se fartou de chorar por o mano não estar. 
Muitas vezes duvidamos das capacidades e maturidade dos nossos filhos. Não me passaria pela cabeça, nos próximos tempos, que um dos três fosse capaz de ir dormir na casa de alguém, sem ser com a avó, e sem os irmãos. Estão sempre a surpreender-nos. 

 

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