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Disfonia infantil

terça-feira, 5 de julho de 2016

As alterações de voz (rouquidão) nas crianças são cada vez mais frequentes, no entanto continuam a ser pouco valorizadas pelos pais, educadores, professores e até profissionais de saúde. Estima-se que 70% das crianças roucas apresentam nódulos vocais, isto é, que a alteração da voz não é resultado de uma constipação, mas sim por alterações das cordas vocais. Apesar de não haver diferença significativa, ocorre com maior frequência no sexo masculino e entre os 5 e os 10 anos.
A principal causa das alterações vocais são o uso inadequado da voz, assim como o mau uso e abuso. Falar em ambientes ruidosos, como por exemplo com a música ou televisão ligada,  tossir ou pigarrear (arranhar a garganta) constantemente, rir ou chorar excessivamente de forma exagerada, imitar as vozes de personagens violentas, heróis dos desenhos animados, monstros e gritar frequentemente são comportamentos abusivos e inadequados podem levar ao aparecimento de lesões das cordas vocais como nódulos e pólipos. 
Para as próprias crianças, não é fácil, percepção dos sinais de voz alterada, por isso os pais e educadores devem estar atentos às pequenas alterações vocais, como a constante presença de rouquidão ou cansaço a falar ao final do dia, depois da escola ou de uma festa, e principalmente quando já acorda rouco e não melhora, sempre quando não apresenta infecções nas vias aéreas superiores. Muitas das crianças com disfonia, têm uma personalidade forte, com tendência à liderança  e falam excessivamente com voz forte, quase a gritar. 

O que se pode fazer para prevenir?

- os pais devem ser os modelos vocais. Não devem usar constantemente o grito como forma de conversação, nem devem falar com a televisão com um volume elevado. 

- não gritar, não falar demasiado alto nem sussurrar.

- explicar à criança que cada personagem tem a sua voz e que não devemos imitar.

- beber água ao longo do dia.

- evitar bebidas gaseificadas.

- evitar chocolates, mel e frutas ácidas, principalmente à noite. 

O mais importante é os pais conhecerem a voz dos seus filhos de forma a reconhecer pequenas alterações no padrão vocal. Se as mesmas ocorrerem por um período longo de tempo, deverão recorrer a um otorrinolaringologista e/ou um terapeuta da fala.

 


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