A Maria ficou doente e hoje, como já era expectável, teve de ficar em casa. Eu não fui trabalhar e ficámos as duas, que às vezes até sabe muito bem, ter um filho apenas para mimar e cuidar. Mas e os irmãos?! Pois, essa é a parte mais difícil destes dias em que um fica doente. Há sempre um, ou dois, como hoje, que chora porque quer ficar. De coração encolhido do tamanho de uma azeitona, expliquei-lhes que a mana é que estava doente, que os meninos que não estão, vão para a escola.... que eles são todos diferentes e que por um ficar, não têm de ficar todos. A minha vontade era abraçá-los e deixá-los todos junto à mim, mas a razão, levou-me para a outra decisão. Foram a chorar e deixaram-me quase a chorar. Não sei qual será a melhor opção ou escolha, mas quando fui buscá-los à escola fiquei satisfeita. Saiu-me aquela “culpa” que as mães carregam em cima dos ombros, porque os vi super felizes. Abraçaram-me com muita força e disseram que estavam muito contentes porque íamos os três sozinhos à natação. Afinal, acho que hoje, acertei na decisão. Mas, no próximo dia, poderei não acertar! E é assim, a maternidade!
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Acho que todas as vezes que coloquei assistência aos filhos, fiquei com mais do que um filho em casa, ou mesmo com os três. Mas, felizmente no último ano, as doenças acalmaram cá por estas bandas e não temos tido necessidade de ficar em casa muitos dias, ou porque coincidiu com o fim de semana ou porque tivemos a ajuda da avó. Desta vez, já estamos há três dias em casa, eu e o Diego, e tenho a sensação de que estou a aprender a ser mãe de um único filho. Mesmo ele estando doente, e levar a coisa a sério como um HOMEM grande, sempre a queixar-se, é tudo tão mais fácil!! As rotinas são diferentes, aliás não existem, o comportamento é completamente distinto, conseguimos brincar os dois sem sermos interpelados por choradeiras paralelas, conseguimos pela primeira vez, jogar no iPad e até bolinhos fizemos! Para quem não imagina a rotina de ter trigémeos de dois anos e meio, basta dizer que, se estiver sozinha e quiser ir à casa de banho, tenho de levar os três, para não correr o risco de grandes acidentes. Claro que preferia não ter de ficar em casa com o meu filho doente, mas já que fomos obrigados a isso, aproveitámos os dois para nos mimar muito!!
Para as mamãs de um não ficarem muito zangadas comigo, assumo que se tivesse um único filho, seria muito mais caprichoso e mimado (apesar dos meus também serem) e de certeza que eu me queixaria na mesma de muito trabalho!
Ter mais que um filho, sejam gémeos ou não, implica lidar com crianças completamente diferentes. No meu caso, apesar de trigémeos, têm personalidades muito diferentes, mas com necessidades muito idênticas. Desde o momento que eles vieram para casa até cerca dos 16 meses, senti necessidade de estar com os três em simultâneo, de brincarmos no mesmo espaço, de estabelecer um vínculo forte entre todos. Mas com o desenvolvimento, começou a haver uma maior disputa pela atenção da mãe e do pai, como correrem para ver quem apanha o colo primeiro, e fazerem birra se colocarmos um em cada perna. Confesso que esta incapacidade de ter braços e colo para todos estava a criar-me alguma ansiedade e frustração, que até eles sentiam e ficavam mais agitados. Pensei que tinha de mudar estratégias, e que teria que reorganizar horários de forma a conseguir estar algum tempo com cada um. Então, nas tardes que tenho disponibilidade, comecei a ir buscar apenas um (sem os outros se aperceberem) para passear, ir às compras, ir a um parque ou até mesmo dar colo e miminhos. Parece simples, mas para mim, não é assim tão fácil ir buscar apenas um e deixar dois na escola. Tem sido uma fase de crescimento, como mãe, aprender a separar três seres que nasceram em grupo. E de facto, estas tardes como mãe de filho único, têm sido maravilhosas; têm-me permitido conhecer melhor cada um dos meus filhos individualmente, ou levá-los a sítios banais que nunca iam, como ir a um supermercado ou cabeleireiro. E não sei se por coincidência ou satisfação, a verdade é que os três começaram a portar-se melhor em casa, brincam mais e implicam um pouco menos.